O processo de treino deve ser controlado e guiado pelo treinador, que de acordo com a sua experiência pessoal,
conhecimento da mecânica dos movimentos, conhecimento das técnicas de salto e compreensão sobre as teorias do treino, terá
de conseguir resolver várias questões:
· Preparação individual dos planos de treino, baseados nos objectivos do treino
e competições. · Uma compreensão sobre as diferenças individuais dos atletas, como as capacidades funcionais do organismo,
eficiência dos movimentos, força natural, nível de preparação técnica etc. · Um preciso conhecimento dos meios (conjunto
de exercícios, formas de recuperação, estratégias etc.) e métodos (a melhor forma de empregar os meios) a ser empregues no
desenvolvimento das capacidades físicas e técnicas. · Um constante aumento do volume e intensidade no plano anual em que
o volume é responsável pela quantidade e a intensidade pela qualidade. Deveremos ter sempre presente que se adicionarmos um
“A” ao processo de treino, talvez tenhamos de retirar um “B”, nunca deveremos adicionar A e B e sentir
que a qualquer momento o atleta vai ficar com uma sobrecarga, como se fosse apanhar um choque. Deveremos ter cuidado na dosagem
do processo de treino, para que o atleta não atinja níveis de fadiga muito elevados. · Um contínuo desenvolvimento das
capacidades físicas em conjunto com o melhoramento dos aspectos técnicos. · A organização do volume e intensidade em conjunto
com o melhoramento dos aspectos técnicos. · Regular a evolução semanal da efectividade do treino com os necessários ajustes
ao plano de treino. · O desenvolvimento do estado psicológico dos atletas, para corresponderem ás exigências da competição.
A Organização do treino
A organização do trabalho normalmente é resolvido, pelo desenvolvimento da
condição física geral e a capacidade de trabalho do atleta em conjunto com o melhoramento da técnica do salto em comprimento.
Este último é baseado na melhoria da técnica de corrida, ritmo da corrida de balanço, precisão da corrida, transição da
corrida para a chamada, eficiência dos movimentos durante o voo e os procedimentos da queda. Todos estes factores mencionados
são inseridos no plano de treino anual, usando diferentes meios, variando o volume e as intênsidades (isto é também um factor
variável consoante o atleta, a sua capacidade e os seus anos de treino). O volume é definido pela quantidade de trabalho
realizado e expresso em Km, toneladas e no número de repetições) por outro lado a intensidade reflecte-se principalmente na
qualidade do trabalho específico realizado, como por ex. velocidade, distâncias de salto e o nível das resistências empregues.
O correcto planeamento das alterações no plano de treino anual (volume e intensidade) ao plano básico, significa um pré-requisito
no desenvolvimento das capacidades físicas e técnicas. Essas alterações podem ser classificadas como substânciais (+40%) médias
(+30%) ou pequenas (+20%) em comparação ao ano anterior.
Não saltar etapas:
Se já chegámos a um
processo de treino eficiente e controlado, em que o atleta tem vindo a ter algum sucesso e progressão, é aqui que geralmente
se começam a fazer as divisões dos objectivos: Progressão de quê? das marcas, da técnica, da condição física, da capacidade
de trabalho? Nunca nos podemos esquecer que de iniciado a júnior, o atleta só permanece dois anos em cada escalão, mas
poderá manter-se longos anos como atleta sénior, e é ou deveria ser, para esta etapa que todos nós preparamos os jovens atletas.
Mas como a uma grande percentagem de treinadores, falta um pouco de paciência, a forma mais fácil é arranjar processos
de treino em que o atleta tire o máximo de rendimento, geralmente esses processos de treino são os mais específicos em que
a exigência dos mesmos é elevadíssima, onde por vezes o atleta não tem antecedentes de treino para tirar rendimento deles.
Aprendizagem técnica
· Aprendizagem dos exercícios simples orientados para a melhoria da técnica (o
atleta tem de cumprir determinados requisitos, para se tornar saltador). · Alterações técnicas são de difícil resolução
no salto em si, os movimento gerais do salto têm de ser repartidos (desmontados). · O treinador tem até determinado ponto
culpa no insucesso da aprendizagem técnica, se o atleta não aprende com facilidade tem de se arranjar forma de ele perceber
as componentes técnicas. · Atletas com características diferentes, também têm tempos (semanas, meses ou anos) de aprendizagem
diferentes.
Alguns pontos críticos na limitação da técnica:
· O desenvolvimento da força, mobilidade
e acção do pé do atleta · A postura corporal · A mobilidade e flexibilidade · O reforço muscular da musculatura
de suporte · A sincronização dos segmentos livres (pernas e braços)
Texto: Miguel Lucas
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